Lendo esses códigos, em todos eles encontrei a pena de morte, e em alguns deles com profusão, e protestei desde logo aproveitar a primeira ocasião que se me oferecesse para suscitar esta grave questão.
Nesse mesmo ano a primeira aberta que encontrei foi o orçamento, e sem mais deter-me aproveitei-a. Suscitando a abolição completa da pena de morte, e por honra da câmara de então, vi que quase todos os meus colegas, sem distinção de cores políticas, porque diante do cadafalso não as há, se associavam a essa cristã ideia.
Lográmos então abolir uma entidade fatal que vinha inscrita no nosso orçamento, e que na relação nominal dos empregados do estado vinha inscrita ao lado dos srs. Ministros (riso).
O nome do carrasco está em todas as relações nominais dos empregados do estado anteriores ao ano de 1863. Não obtivemos mais, mas alcançámos que o assunto ficasse desde então como em contínua ordem do dia.
Conseguindo tirá-lo do orçamento, parte da imprensa periódica, levando a mal o feito que praticávamos, veio motejar-nos, e disse – fica o carrasco por ora, e mate de graça; felizmente não partiu da imprensa liberal este brado torpe e infundado. Os levitas dessa imprensa deviam conhecer melhor o supremo sacerdote da sua justiça.
O carrasco entre nós era uma sinistra figura como é em toda a parte, e cá menos ainda assim do que lá fora.
Entre nós o ofício de verdugo era desempenhado por um grande criminoso, por um grande acelerado a quem se comutada a pena última, e a quem portanto não devia pagar-se, enquanto que em todos os outros países é ele um cidadão livre que se presta a esse sanguinário mister, como se prestaria a outro em que ganhasse os meios de subsistência. Ultimamente morreu em Espanha um dos muitos carrascos que lá há; pôs-se o lugar a concurso e apareceram numerosos pretendentes ao lugar!