Se a luta degenerou numa guerra feroz, sem leis, sem quartel, por parte dos que atacam, há que dotar a defesa com armas novas, eficazes e atuais.
Foi este o objetivo que me propus realizar. Quero que se restabeleça o equilíbrio entre os processos por que se combate o Estado e a maneira por que ele se defende.
Não dou novidade a V. Ex.ª, Sr. Presidente, nem à Assembleia, se disser que os acontecimentos que a mim próprio, como a tantos outros portugueses, profundamente impressionaram, chamando-nos à dura realidade do momento que vivemos, foram os bárbaros atentados de há meses, e principalmente o perpetrado contra a vida do Chefe do Governo. E não é apenas que esse atentado tenha sido cometido contra um homem que todos os bons portugueses têm dentro do coração; é porque esse homem, além de ser quem é, representa a mais alta expressão da Autoridade e da Ordem.
No momento desse atentado, eu vi como vítima menos a pessoa do Sr. Dr. Oliveira Salazar do que – a Nação.
Notem V. Ex.ªs que esta luta de feras, que abala, o mundo nos seus fundamentos, não é apenas uma luta entre os nacionais de um país e as autoridades desse país.
Tem um caráter mais grave, porque vem de fora e de longe, de uma entidade, de uma potência, de um Estado, dispondo de meios formidáveis de ação, o que significa um perigo sério e universal.
Por isso me permito chamar a atenção de todos e do País para este gravíssimo aspeto do problema.
Não são apenas nacionais de um Estado que se rebelam contra a sua autoridade; trata-se de homens que, dentro do seu país, procuram aniquilar, por todos os meios, a ordem e a paz nacionais – às ordens e em proveito de um Estado estrangeiro.
Para todos estes males, contra todos estes perigos, há que aumentar a capacidade defensiva do Estado, atualizar os seus instrumentos de combate.
Procuro encarar este problema num aspeto de estrita objetividade política. Mas, se é possível encontrar-se uma solução menos dura do que a que proponho, ela terá, antecipadamente assegurado, o meu voto.
Vozes:- Muito bem, muito bem!