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Exposição na Torre do Tombo: Crime e Castigo | comportamentos desviantes na sociedade portuguesa do século XV ao século XX

 

Sob a designação de “Crime e Castigo: comportamentos desviantes na sociedade portuguesa do século XV ao século XX”, o Arquivo Nacional da Torre do Tombo promoveu, entre 31 de maio e 28 de outubro, uma exposição onde convidava o visitante a percorrer algumas das páginas mais mediáticas da História Criminal e da História Judiciária Portuguesa. Com laivos episódicos que perpassam desde a prática de pequenos delitos cometidos por alguns dos grupos mais vulneráveis da sociedade lisboeta aos crimes de lesa-majestade em que se encontram envolvidos os mais altos dignitários do reino; sem excluir sequer um atentado a um chefe de estado estrangeiro, foram selecionados diversos exemplos que marcaram de modo indelével a evolução do modelo punitivo consagrado pelo legislador português.

Presentes estiveram documentos mostrados pela primeira vez ao público como sejam o Traslado do auto de Inquirição e Devassa instaurado ao Duque de Bragança pelo homicídio da Duquesa sua mulher sob a suspeita de infidelidade conjugal (1512) ou as Sentenças contra D. Pedro de Ataíde e D. Fernando de Menezes pelas quais foram condenados à morte pela culpa que lhes foi atribuída na conspiração contra D. João II, em conluio com o Duque de Viseu e outros nobres em 1484, ou ainda a Sentença do Tribunal da Relação contra António Ferreira acusado do roubo da igreja matriz de Odivelas, em 1671, que muito chocou a sociedade da época e que originou a construção do Padrão conhecido como o Senhor Roubado. Motivo de interesse foi ainda o Diário de D. Manuel II que o próprio intitulou como Notas absolutamente íntimas, onde narra na primeira pessoa os acontecimentos funestos do dia 1 de fevereiro de 1908, no Terreiro do Paço.

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Pregão na morte de José Baptista Pelle, Genovês de nação. 12 de outubro 1775. Acusado de atentar contra a vida do Marquês de Pombal.

No percurso proposto ao visitante nesta exposição podiam ainda ser vistos, entre outros, processos e sentenças mais conhecidos como sejam os que se referem à infanticida Luiza de Jesus, a Francisco Mattos Lobo, o último condenado à morte em Lisboa em 1842; a Diogo Alves e seus cúmplices, considerado como o primeiro “serial killer” português; a Alves Reis o maior falsário de que há memória em Portugal e ainda o Processo Crime do padre Juan Fernandez Krohn, acusado do atentado de 12 de Maio de 1982 contra o Papa João Paulo II.

Veja aqui o CATÁLOGO VIRTUAL da EXPOSIÇÃO.